“Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina” é um filme sensorial.
Embora fincado em raízes mineiras, o Clube da Esquina nunca foi só de uma esquina, nem de uma turma, tampouco de um bar e, convenhamos, muito menos de Belo Horizonte. Pertence ao mundo, àqueles que ouvem o trem azul, sabem que nada será como antes e se deixam levar pelo girassol que colore uma certa madeixa.
Ao retratar o Clube da Esquina, Ana Rieper e sua equipe oferecem um presente aos olhos e aos ouvidos, um lembrete da beleza e da complexidade que a música brasileira pode alcançar. Não perca a chance de ser parte dessa experiência; nada será como antes, após a magia do Clube da Esquina tomar as telas.
A diretora Ana Rieper tece uma narrativa rica em imagens e sons, permitindo que o espectador mergulhe na atmosfera do movimento.
“Nada Será Como Antes - A Música do Clube da Esquina", de Ana Rieper
Logo no começo temos um trecho maravilhoso da composição sonora, quando Mozart, aos 13 anos, está brincando de ser maestro e diz ao seu amigo, Humberto, para escutar os sons da natureza. Ouve-se o incrível som que a natureza produz, mesmo que cada um destes tenha sido gravado separadamente e depois, numa montagem, tenham sido unificados.
Orquestra dos Meninos, de Paulo Thiago
Parece uma tragédia grega clássica encenada à beira-mar.
A solidão é brutal. Apenas o mar por testemunha. As ondas batendo e fazendo eco à inevitabilidade das coisas.
“Uma das obras plasticamente mais bonitas do cinema brasileiro recente” José Geraldo Couto
Com uma trilha sonora impactante e intensa, desde os primeiros cinco minutos de filme é possível sentir toda a profundidade que a obra tem. Os áudios trazem consigo todo o peso da história, conseguindo carregar bem as cenas e as interligando de uma maneira gradativa.
Não há notícia de já ter sido feito um processo como este, de realizar quase toda a edição do som antes de filmar. Foi um fato novo montar um som guiado pela cronometragem do roteiro, ver somente ouvindo, e sabendo que dessa montagem de som dependeria toda a fase de filmagem e o filme como um todo.
A dinâmica de som do filme é muito grande, indo de crescendos longos chegando nos fortíssimos e retornando até o volume quase zero. Nos fluxos de consciência ou diálogos junto com as músicas, existem dois elementos distintos modulando de maneiras diferentes, voz e música, e a idéia existente desde o roteiro deveria ser preservada: utilizar na estrutura dramática os arpejos, glissandos, notas fortes, crescendos rápidos e decrescendos, escalas ascendentes e descendentes, ecos de notas e pausas musicais. Não era simples fazer tudo isso coexistir com as vozes sem obliterar nem uma palavra e sem deixar a música sublinhar. A música nunca sublinha nada neste filme. Ela tem a mesma densidade e importância que as vozes. O mesmo tratamento foi dado aos ruídos quando colocados diante de uma voz ou de uma voz e uma música simultaneamente, com todos os elementos modulando de formas diferentes.
A movimentação sonora dos elementos na mixagem é radical, tornando mais perceptíveis as questões dramáticas e filosóficas do filme.
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Adagio Sostenuto, de Pompeu Aguiar
Assalto ao Banco Central
Marcos Paulo
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Finalista de Melhor Som no Prêmio ABC 2012
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Não Se Preocupe, Nada Vai Dar Certo
Hugo Carvana
Melhor Som
Festival de Araxá 2012
É preciso notar o extremo apuro com que Helvécio Ratton abnegadamente estetiza cada choque elétrico, como a edição de som cria barulhos impactantes para que possamos sentir cada porrada com intensidade surpreendente.
Batismo de Sangue, de Helvécio Ratton
"Assalto ao Banco Central" pode ser etiquetado com o selo de “cinema brasileiro de qualidade”: fotografia bonita, som poderoso e montagem eficaz.
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Assalto ao Banco Central vem competindo com blockbusters do cinema norte-americano não só na bilheteria mas na alta resolução técnica, verificável sobretudo no admirável desenho de som.
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Batismo de Sangue
Finalista do prêmio de Melhor Som da Associação Brasileira de Cinematografia - ABC em 2008
A Máquina
de João Falcão
Melhor Som
Prêmio Guarani 2007
No filme de João Falcão, há ruídos de todas as cores, a palavra deseja falar mais que as imagens e, quando as imagens tentam falar, soam, em partes, soterradas de informação visual, ou simplesmente emudecidas.
Especialmente representativo é o falar nesse filme, aspecto onipresente na trilha de som ao longo de toda a projeção de A Máquina.
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A Máquina, de João Falcão